domingo, 25 de setembro de 2011

Vídeo do Boi de mamão na Arena Jaraguá

O Boi de Mamão e sua história



BOI-DE-MAMÃO
ORIGEM


O Boi-de-Mamão envolve dança e cantoria em torno da morte e ressurreição do boi. Reza a lenda que, grávida, Catarina um dia sentiu um forte desejo de comer língua de boi e, para que o bebê não nascesse com cara de língua, seu marido Francisco cortou a língua do boi preferido do patrão, matando o animal. Desolado, o fazendeiro utiliza todos os meios disponíveis com o intuito de ressuscitá-lo e, depois de inúmeras tentativas, quem consegue o milagre é o menino Mateus, filho de Catarina e Francisco. Feliz por ter seu animal de volta, o fazendeiro convida todos os moradores das redondezas para uma grande festa, envolvendo personagens como Maricota, Bernunça, bruxas, curandeiro e índias, entre outros. Resumidamente, esta é a história do Boi-de-Mamão que os alunos do 1º ao 9° ano da EMEF Ribeirão Molha encenam todos os anos para a comunidade e escolas visitantes.
Esta brincadeira é encontrada em várias partes do país, recebendo diferentes nomes. No nordeste é conhecido como "Bumba Meu Boi" ou "Boi Bumbá".
Em Santa Catarina a brincadeira está presente em quase todos os municípios do litoral com o nome de "Boi-de-Mamão".
Antigamente, a brincadeira era conhecida em nosso litoral como "Boi de Pano", mas com a pressa de fazê-lo, acabaram utilizando um mamão verde para fazer a cabeça do boi. Daí o nome de Boi-de-Mamão, mantido até a época atual, onde se vê cabeças de todos os tipos, até mesmo de boi, menos de mamão.
A descrição mais antiga do folguedo, em Florianópolis, é de 1871 feita pelo historiador José Arthur Boiteux.
PERSONAGENS


Entre os figurantes do auto temos: O "vaqueiro", chefe do bando, que é assim denominado no Vargedo, em outros lugares é conhecido como "Chamador", ou ainda por "Mateus". Ele vai sempre a frente, tendo à mão um bordão para chamar o "boizinho". Nas cidades de Joinville e Florianópolis o Mateus é uma espécie de palhaço que utiliza máscara e ajuda o médico a salvar o boi. Ao lado de outros figurantes, Mateus teatraliza o espaço vago das apresentações e é a figura de maior destaque no quadro da morte do boi. 
O elemento principal como o próprio nome indica é o boi, portanto, personagem obrigatório. Consiste em uma armação de madeira, sobre a qual estendem um pano grande, branco ou preto, com remendos da cor, imitando as manchas do couro do boi natural. Sob a armação vai o "brincador" (como o chamam). Ao boizinho dão um nome qualquer: Pintado, Malhado (Boi Pampa), etc. A não ser na hora em que brinca, o boizinho mantêm-se deitado. Atende só aos chamados do "Chamador", seu patrão. O "brincador" é mudado, de vez em quando, para não cansar. Há localidades, como em Jaraguá do Sul, que existem bois chamados de Surtão ou Jaraguá (metade preto e metade branco), que é um tipo de bernúncia, que brinca de pé com um só personagem, com a mesma bocarra, sem cantoria própria, apenas citada na cantoria dos bichos.
Encontramos também, com a mesma persistência o "Cavalinho" (para homenagear o tropeiro que guiava a boiada) com exceção da localidade de Lajeado, onde não aparece. 
A "Cabra", aparece, tão somente nos autos do Rio das Pedras e de Capivara e Conquista. Há o marimbondo miudinho, com asas e tudo, com cantoria própria, o Cururu, o cachorro, que espanta o urubu quando este vem pinicar o boi, o macaco a virar cambalhotas pelo terreiro afora, o urso que comeu o milho do roçado e, sempre recolhendo dinheiro, a Jaruva, o leão, o jacaré e a girafa. 
A "Bernúncia"(um tipo de dragão que engole gente) é totalmente catarinense, mas que segundo alguns estudos, seria uma estilização do dragão chinês, trazida para nossa cultura pelos imigrantes. O primeiro registro desse personagem foi realizado na cidade de São José, próximo a Florianópolis, a partir de 1920. A Bernúncia é um bicho medonho, guiado pelos dançadores que ficam serpenteando debaixo do seu corpo de pano. A figura é uma espécie de gigantesca cobra de tecido com uma enorme cabeça de papelão que anda entre os participantes abrindo e fechando sua bocarra, em busca de alguém para engolir. Quem é comido, passa a fazer parte do corpo do bicho, aumentando seu tamanho. Parece estar associada às histórias do bicho-papão ou da cuca que gosta de sair atrás das crianças para comê-las. Algumas vezes é apresentado o Barão, o parceiro macho da Bernúncia, com aspecto maior e mais fantasmagórico. A boca cheia de dentes e o corpo coberto de barba-de-pau presa ao pano dá ao personagem um aspecto monstruoso. 
Também encontramos a gigantesca Maricota, que pode ser chamada de Tirolesa em algumas localidades. A Maricota é uma armação de madeira, com uns três metros de altura, tendo por dentro um cruzamento entre a armação que é acolchoada, a fim de ficar sobre os ombros da pessoa que brinca dentro dela. No centro da armação alguns colocam um pau, com o qual o brincador mantém o equilíbrio da figura. O rosto é uma máscara com a fisionomia de mulher, de dimensões exageradas. Os braços são soltos e em uma das mãos carrega uma bolsa. Com os movimentos do dançador, os braços se abrem e, propositadamente, atingem as pessoas. O vestido que cobre a armação é de chita estampada berrante. Das orelhas pendem brincos enormes. Em Imbituba encontra-se outra figura de uma mulher gigante chamada de Saborosa. A cabeça e o rosto eram de porongo. Os olhos, a boca e o nariz eram abertos, forrados com papel vermelho transparente. No seu interior haviam colocado uma vela acesa, de maneira que de longe dava a impressão de que a boneca estava viva, considerando-se que essas brincadeiras são realizadas, normalmente, à noite. 
"Palhaços" e "Mascarados" são encontrados nos folguedos de Lajeado. Estes são trajados com roupas velhas, máscaras e bordão. Os mascarados são incumbidos de pedir esmolas aos donos das casas que visitam. Toda a receita arrecadada, muitas vezes, são oferecidas à Igreja local. 
O "Doutor", tem funções de benzedor, pois com um galhinho qualquer diz: 
"Eu benzo este boi
Com um galhinho de manjericão
O dono da casa 
Tem que pagar um patacão!"

Esta manifestação folclórica, que acontece em nossa Santa e Bela Catarina  há pelo menos 140 anos, deve ser preservada e transmitida às futuras gerações. Quando souber de algum folguedo de Boi de Mamão, assista, e reconheça na encenação, as histórias contadas neste post.

Fontes: http://www.vivonumailha.com/page2/page7/page7.html; http://raizesnativas.blogspot.com/2009/08/boi-de-mamao-catarinense.html; http://www.guiafloripa.com.br/cultura/folclore.php3; http://portal.jaraguadosul.com.br/modules/news/article.php?storyid=1173 



Assista o momento da ressurreição do Boi:



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